Crianças Lobo (Ōkami Kodomo no Ame to Yuki, Japão, 2012). É um filme de animação japonesa realizado por Mamoru Hosada. Ganhou como melhor animação nos prêmios do ano de 2013 da Academia Japonesa de Cinema e no Tokyo Anime Award.
Crianças Lobo é uma animação agradável de se ver. Um filme que nos faz refletir e nos dá ensinamentos, mostrando dificuldades, os sonhos e as perdas. A trama do filme começa com Hana, uma estudante de faculdade, que se encontra e se apaixona por um homem lobo chamado Ookami. Não! Ele não é exatamente um lobisomem daqueles que se transformam em noites de lua cheia e sai por aí atacando e dilacerando humanos. Ele pode virar lobo quando bem entender e não ataca humanos. Os dois se casam e tem dois filhos, uma menina chamada Yuki e um garoto chamado Ame. Os quatros viviam tranquilamente em um canto da cidade, e escondia a existência das crianças lobos. Um dia, Ookami, movido pelo instinto paternal de seu lado lobo, vai caçar para ajudar Hana depois de dar a luz a seu segundo filho, mas ocorre algum incidente e acaba morrendo. Quando ela descobre a morte de seu amado entra em uma grande depressão, até pensar nas crianças e acreditar ter ouvido a voz dele pedindo para que cuidasse dos filhos. Hana entra em uma grande batalha onde terá muitas dificuldade, como abandonar o apartamento em que vivia porque não era permitido animais e a cidade grande.
No começo é muito difícil, com Ame e Yuki passam a aprender a controlar suas transformações e tentar manter o segredo da família, fazendo de tudo para protegê-los, largando tudo para ter mais tempo para elas. O problema é que guardar esse segredo deu certo até um momento, quando vieram as cobranças da sociedade. Assim, para fugir dessas cobranças, ela decide morar no campo para ajudar as crianças em suas escolhas e seu treinamento, deixando elas terem mais liberdade. Como Hana sempre viveu na cidade, tem várias dificuldades na mudança de ambiente. Mesmo longe das pessoas, ela cria boas amizades até Yuki ter descoberto sobre a escola e a história começa ficar ainda mais bela.
Na animação, os traços dos desenhos são suaves e os personagens têm o mesmo estilo de design dos últimos filmes de Hosoda. A história foca muito em mostrar os sacrifícios e as dores de deixar os filhos crescerem e partirem, mas também por ilustrar como é a vida das mães, as coisas as quais elas fazem para que seus sejam filhos felizes, não só na infância, mas também na adolescência e em toda sua vida, mesmo sendo uma história fictícia e fantástica. O filme mostra bem como é a convivência entre mãe e filhos, não evitando ao menos desespero por causa dos conflito entre os filhos, nem que um dia eles acabam indo embora, tocar cada um sua vida, independente do caminho que sigam. A questão humanos-lobos e bem tratada durante o filme. E há os dilemas que vemos no decorrer do filme, como Ame e Yuki crescendo e tentando lidar com essa dualidade, e quando Yuki passa mal e Hana não sabe se a leva pro veterinário ou pro pediatra. O anime usa seu artifício até seu potencial completo, mas mantém sempre claro que ele é um artifício. O filme se sustenta muito mais em pequenas maravilhas por todo o tempo. Quando Yuki corre pela casa onde acabaram de chegar, quando Hana luta pra fazer o jardim dar frutos, quando Ame cai no rio tentando caçar, todos os méritos técnicos do filme estão presentes. E nas cenas seguintes, e nas cenas anteriores. Perfeitamente integrados ao núcleo da história.
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