Garotas de Tóquio é uma HQ erótica publicada em 2006 pela editora Conrad, que reúne sete breves histórias, escritas e desenhadas pelo mangaká francês Fréderic Boilet. A maioria publicado originalmente pela revista japonesa Manga Erotics. Frédéric Boilet é o precursor do movimento Nouvelle Manga.
No Wikipédia, encontramos que “Boilet vê o movimento como uma tentativa de diminuir a distância entre os quadrinhos de todas as nacionalidades ou pelo menos entre os quadrinhos de autores da Europa e do Japão. Ele deseja fazer isso promovendo e criando trabalhos que combinem os melhores aspectos do movimento nouvelle vague do cinema francês, com mangás que tratam do cotidiano e histórias em quadrinho franco-belgas. De acordo com ele, o ponto forte dos mangás está na experimentação com narrativas enquanto o dos quadrinhos franco-belgas seria a experimentação com o estilo e o design. Como resultado, Boilet quer ver quadrinhos que capturem a essência da vida humana, feitos com um visual e estilo narrativo dinâmicos. Por tratarem de temas mais universais, esses seriam quadrinhos que atrairiam uma audiência maior do que a dos fãs costumeiros; que atrairiam os adultos e os jovens, os homens e as mulheres. Assim como no Japão, as pessoas leriam quadrinhos por curiosidade, como quando vão ao cinema ou lêem um livro.”
Nas histórias o leitor é colocado como voyeur daquelas situações e aventuras sexuais. Observando não só o sexo, mas também o exibicionismo do autor sobre seu processo de criação, ao nos mostrar como ele consegue as modelos, como ele as deixa no controle da situação, talvez até numa tentativa de poupar o seu esforço criativo para a hora de transpor o material fotografado ou filmado para o nanquim. Mas também aproveitando as fantasias das jovens, e a espontaneidade da interação, juntamente com a tão comum fixação do artista por suas musas inspiradoras. Existem boas diferenças na parte sexual de cada história, algumas mais explícitas, outras mais sutis, com poesia e sentimento, além de passagens apenas emocionais. Nesse ponto também é interessante notar o uso dos diálogos, pois dão o tom de intimidade entre os pares, quanto mais as pessoas falam entre si e se expressam verbalmente, menos intimidade e sentimento há entre elas e vice-versa.
O ponto alto do álbum fica para a arte, com desenhos que mantém uma “linha mestra” do autor, mas que variam bem de estilo entre cada um dos contos. Alguns com muitas cores fortes e marcantes, outras com tons mais frios, predominando azul e cinza. Alguns com traços mais sutis e levez, outras com o traço mais fino e marcado, puxando o desenho para o realismo com cores mais claras e vivas.
Envolvido ainda com a arte, há um aspecto interessante sobre as mulheres que servem de inspiração e populam as páginas, pois o autor não usa super gostosas com atributos perfeitos, saídas de algum reality show ou programa de humor de domingo a noite. Nada de peitões, bundas enormes em posições sexuais acrobáticas para incitar o erotismo. Mas sim, mulheres comuns, com imperfeições, sutilezas com uma pitada de timidez, em situações cotidianas como um passeio no parque ou uma conversa com a parceira na cama. Isso tudo torna não só as histórias, como também aquelas jovens, críveis, fazendo com que a carga de erotismo fique por conta do leitor. E não explícita pelo artista forçosamente. Garotas de Tóquio é uma boa escolha num gênero de HQ não muito difundido no Brasil, talvez a extensão do livro deixe um pouco a desejar, fazendo com que queiramos mais.
ATENÇÃO: O download possuí encurtador de links. Veja aqui: "Aprendendo a usar Adf.ly". E veja como usar.