Harvey Spencer Lewis A Vida Mistica de Jesus (Rev)
Do ponto de vista literário, A Vida Mistica de Jesus pode ser considerada uma obra literária. Sendo classificada no gênero de romance/ficção. Sua linguagem é simples. Seu estilo é de fácil leitura e entendimento, ou seja, entende-se o que o autor quis dizer até o ponto em que ele quis chegar. Percebe-se que este livro é apenas a "ponta do iceberg", cuja parte submersa é constituída pelos enigmas da Ordem Rosacruz, os quais só se revelam aos iniciados. Não considero o livro como obra religiosa ou histórica. Apesar de sua boa forma, o livro contém uma essência maligna. Tomando emprestadas as palavras da Globo, eu chamaria a obra de "Suave Veneno".
No livro há muitos pontos incompatíveis com a minha crença e com o meu conhecimento bíblico. É claro
que as minhas considerações sob esse enfoque poderão ser desprezadas por aqueles que não têm fé ou a têm diferente da minha, ou ainda por aqueles que desprezam a Bíblia. Há ainda contradições internas na obra. Nesse ponto, qualquer pessoa que tenha um conhecimento bíblico sem deturpações poderá concordar. Há erros de citação bíblica.
A Bíblia cita a genealogia de Cristo para demonstrar que o mesmo era judeu. Lewis nega a veracidade da genealogia, mas não prova nada. As duas genealogias apresentadas na Bíblia são diferentes, mas isso não quer dizer que sejam contraditórias. Uma vai de Cristo até Abraão. A outra vai de Cristo até Adão, passando por Abraão. Ambas confirmam a descendência judaica de Cristo. Alguns nomes são diferentes, mas isso é comum na Bíblia. Várias pessoas são citadas na Bíblia com mais de um nome. Muitas vezes, uma pessoa tinha um nome em hebraico e outro em grego, aramaico, ou mesmo latim. Se uma genealogia ligasse Jesus aos judeus e outra aos gentios, então seria um erro evidente. Lewis diz que as genealogias foram "introduzidas nos escritos sagrados não se sabe quando, mas certamente foi uma adição bastante posterior." (Pág.56). Podemos chamar isso de um grande "chute". Lewis diz que não sabe quando foi a adição. E como ele pode afirmar que houve alguma adição? Até a palavra "certamente", ao invés de dar uma idéia de certeza, demonstra a insegurança do escritor.
Concordo que muitos dos lugares que hoje são conhecidos pelos nomes bíblicos não correspondem às localidades da época de Cristo. Houve muita guerra e muita destruição naquela região. Entretanto, nada disso prova que Nazaré não tenha existido. O autor reclama da falta de evidências em relação à existência de Nazaré (pág.61), mas que evidências ele apresenta para comprovar sua tese de inexistência?
ABSURDOS AVULSOS
Dizer que Jesus sofreu derrotas – página 207.
Dizer que Jesus precisou se purificar – página 220.
Dizer que quando Jesus entregou o espírito, estava entregando o Espírito Santo – página 239.
O livro é muito fraco para quer convencer a um cristão de algo contrário ao cristianismo. Para que isso fosse possível, seria necessária a apresentação de provas que viessem a desmoralizar a bíblia. Se essas provas existissem, há muito que o cristianismo já teria sido varrido do planeta. Mas como se pode provar a veracidade de uma mentira? Impossível. Assim, tornam-se inúteis os esforços nos inimigos do evangelho.