As pessoas se rebelam contra regimes repressivos desde os primórdios da civilização. A revolta de Espártaco contra Roma durante o tempo dos gladiadores pode ser citado como um exemplo. Um exemplo que talvez você conheça foram as rebeliões repressivas que estouraram no Oriente Médio Uma das fagulhas mais importantes foi a revolta de Mohamed Bouazizi, que, em 17 de dezembro de 2010, botou fogo em si mesmo na Tunísia. Ele vivia em uma região agrícola, estava desempregado e tentava vender legumes com um carrinho de rua quando oficiais do governo lhe disseram que isso era contra a lei. Seu ato provocou manifestações de outros tunisianos contra o desemprego em massa sob o governo repressor, que enviou a polícia para atirar contra cidadãos. Como a propagação da rebelião e a violência continuou, quase oitenta cidadãos acabaram mortos.
Em principio, o presidente Zine El Abidine Ben Ali apoiou a brutalidade policial e os assassinatos, mas depois mudou sua posição. Ele prometeu criar empregos, reduzir os custos de alimentos e permitir a liberdade de expressão. Eventualmente, teve que fugir do país e foi condenado há mais de 70 anos de prisão. Ele governou a Tunísia por 23 anos.
Em fevereiro de 2011, centenas de milhares de egípcios se reuniram para protestar contra as políticas do governo do presidente Hosni Mubarak. Após 30 anos no poder, ele fugiu do Cairo para Sharm el-Sheikh, e milhões de pessoas lotaram as ruas do Cairo para comemorar.
Como Ben Ali, Mubarak tentou se agarrar ao poder prometendo empregos, salários mais altos e liberdade de expressão mas, depois de ser reprimido por tantas décadas, o povo não seria enganado de novo.
Em fevereiro de 2011, a polícia enfrentou milhares de manifestações no Bahrein, mais um exemplo recente de insurreição antigoverno no Oriente Médio. O líder do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, é um muçulmano sunita cuja família tem governado o país desde o século XVIII. A maioria das pessoas no Bahrein, no entanto, não é de muçulmanos sunitas, mas de xiitas. O Sheik Hamad prometeu instituir reformas, mas dez mil manifestantes se reuniram nas ruas exigindo mais empregos e habitação, direitos civis e políticos e a remoção do primeiro-ministro Khalifa bin Salman Al Khalifa, que se mantinha no poder havia quarenta anos. Até o início de maio de 2011, as forças do governo haviam prendido 800 pessoas; torturado, prendido e matado civis e demitido mil cidadãos.
Também em fevereiro de 2011, centenas de milhares de pessoas em todo o Oriente Médio realizaram manifestações em nome dos líbios que tentavam derrubar o regime repressivo do coronel Muammar el-Kadafi. Na líbia, as forças militares atiraram em multidões de civis desarmados, incluindo milhares de pessoas que deixavam as mesquitas depois de orar. Kadafi avisou o seu povo que a Líbia se tornaria um inferno se os protestos contra seu governo não cessassem. A partir de fevereiro de 2011, dezenas de milhares de cidadãos aderiram às manifestações, com soldados desertando de Kadafi para proteger as massas de ataques da polícia. No fim de março de 2011, as Nações Unidas votaram pela criação de zonas "de espaço aéreo fechado" na Líbia e para ajudar as massas oprimidas do país. No segundo semestre de 2011, os rebeldes conseguiram avançar aos poucos e acabaram derrotando Kadafi e suas forças após encontrar e matar o ditador.
Esses vários exemplos compartilham algumas semelhanças óbvias: o controle do governo sobre os cidadãos, o cerco aos cidadãos; diminuição das liberdades civis, sanções para invocar a liberdade de expressão, e, em última análise, pelo menos nos casos citados, regimes repressivos enfrentando rebeliões. Isso é exatamente o que acontece quando o povo se revolta contra seus líderes.
As pessoas aguentam serem abusadas até certo ponto e tempo. Ainda mais por líderes sedentos por poder opressivo. Muitas vezes acabamos trocando um mal pelo outro, e como diz o velho ditado: "Poder absoluto corrompe absolutamente".
No século XX o mundo viu revoluções na Rússia czarista; na Itália e na Alemanha entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e também revoluções na China, em Cuba e no Vietnã, além de Irã e África do Sul, entre outros.
Não teria espaço aqui para descrever aqui todas essas revoluções. Para isso, você tem de recorrer a textos de histórias e todas as fontes possíveis. Lembre-se, você está na Era das Informações. Ignorância é a sua escolha. E tem uma ferramenta poderosa para seu uso.